A doença cardiovascular constitui a principal causa de morte materna não-obstétrica no mundo durante o ciclo gravídico-puerperal e acomete 4,2% das gestantes no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Constatou-se ainda que, dentre as doenças cardiovasculares diagnosticadas nas mulheres em período gestacional, a valvopatia reumática é a principal responsável por essas evoluções desfavoráveis, sendo a estenose mitral o tipo mais comum.
Este conteúdo foi preparado especialmente para orientar as futuras mamães sobre os riscos das doenças valvares e sua relação com à fase de concepção e desenvolvimento fetal. Confira!
O que são valvopatias?
Valvopatias ou valvulopatias são doenças que afetam o funcionamento adequado das válvulas cardíacas.
As válvulas cardíacas são partes importantes para o sistema cardiovascular. Elas são responsáveis pela regulação do fluxo sanguíneo entre as várias cavidades do coração e os vasos principais. Existem 4 tipos de válvulas: aórtica, mitral, tricúspide e pulmonar, sendo que todas podem apresentar anomalias e manifestações diversas, condicionando a paciente a algum tipo de doenças valvares.
Quais são os tipos de doenças valvares?
As doenças valvares surgem a partir do momento que as válvulas cardíacas passam a funcionar mal devido:
- Vazamento (denominado regurgitação, incompetência ou insuficiência);
- Abertura inadequada, resultando em bloqueio parcial do fluxo de sangue pela válvula (denominado estenose).
Diante de um desses fatores, podemos distinguir os seguintes tipos de doenças valvares, que são:
- Regurgitação aórtica;
- Estenose aórtica;
- Regurgitação mitral;
- Estenose mitral;
- Prolapso da valva mitral;
- Regurgitação pulmonar;
- Estenose pulmonar;
- Regurgitação tricúspide;
- Estenose tricúspide.
A estenose mitral é a valvopatia mais comum em gestantes. Veja como isso pode impactar a gravidez?
Valvopatia na gravidez: qual é o risco e como tratar?
As gestantes passam por inúmeras modificações funcionais durante o ciclo gravídico-puerperal, ocorrendo alterações em vários sistemas fisiológicos. Tais alterações começam aparecer a partir da 5ª semana de gestação e se estendem até os primeiros dias de puerpério.
Um dos sistemas orgânicos que apresenta as mais importantes modificações durante a gravidez é o sistema cardiovascular. Essas alterações geralmente são bem toleradas em gestantes saudáveis, porém em grávidas com doença cardíaca há uma exposição maior a riscos de acometimento de doenças valvares.
Grávidas com valvopatia apresentam insuficiência cardíaca congestiva, arritmias e necessidade de iniciar ou de aumentar as doses do tratamento medicamentoso. Além disso, ocorre o aumento de hospitalização durante o período de gravidez.
Quando há risco de vida da mãe, é indicado o tratamento cirúrgico precoce com vistas a aumentar o risco de vida fetal. A reparação ou a troca de válvulas durante a gravidez pode ser indicada em pacientes selecionadas que se mantêm sintomáticas apesar da terapia medicamentosa.
Ao decidir constituir uma família, inclua no seu planejamento familiar uma consulta com o seu cardiologista para que ele possa avaliar o seu histórico e ver se há algum risco de desenvolver algum tipo de doenças valvares. O diagnóstico precoce e o início de tratamentos adequados contribuem para que você tenha uma gravidez sem riscos.
Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre doenças cardiovasculares, gravidez e amamentação em nosso blog, e conte sempre com o Imigrantes Hospital e Maternidade.
Até a próxima!