A síndrome nefrótica é um conjunto de sintomas e sinais que identificam uma doença renal em curso. Esse distúrbio é caracterizado pela excreção excessiva de proteína na urina (proteinúria), atingindo todo o organismo com diversas complicações, dentre elas: retenção de líquido, colesterol alto e baixa quantidade de proteína no sangue.
Quando se faz exame de urina é normal que seja identificada a presença de proteína na amostra, porém a quantidade deve ser ínfima. Contudo, há casos em que os níveis estão extremamente elevados, e quando isso acontece combinado a outras alterações metabólicas, têm-se os primeiros sinais da síndrome nefrótica.
É importante explicar que a síndrome nefrótica não se trata de uma doença em si, mas sim de um conjunto de manifestações sintomáticas que indicam que a saúde dos rins está em desequilíbrio. Por isso, se faz tão importante alertar a população sobre esse distúrbio e como a sua evolução compromete o bem-estar do organismo.
O que é síndrome nefrótica?
A síndrome nefrótica, ou simplesmente nefrose, trata-se de um distúrbio renal causado por um conjunto de sinais, sintomas e achados laboratoriais que se manifestam quando há um comprometimento da permeabilidade da parede capilar dos glomérulos, que leva a perda excessiva de proteína pela urina (proteinúria) superior a 3,5g por dia.
Essa perda causa a baixa de proteína no sangue, ascite e, em alguns casos, edema, colesterol alto e predisposição para a coagulação. Outros sintomas relacionados à síndrome nefrótica são aumento de peso, sensação de cansaço e urina turva com espuma.
Abaixo, trouxemos um quadro com a classificação de acordo com a quantidade de proteína liberada na urina por dia. Veja:
Quantidade de proteína na urina |
Classificação |
Menor que 150 mg por dia |
Normal |
Entre 150 mg e 1000 mg por dia |
Proteinúria leve |
Entre 1000 mg e 3500 mg por dia |
Proteinúria moderada |
Acima de 3500 mg por dia |
Proteinúria nefrótica |
Causas da síndrome nefrótica
A síndrome nefrótica possui muitas causas e pode ser causada por uma doença limitada ao rim (síndrome nefrótica primária), ou por uma condição que afete o rim e outras partes do corpo (síndrome nefrótica secundária).
A síndrome nefrótica primária ou idiopática tem origem em uma doença exclusiva do rim, e as principais causas são:
- Glomerulonefrite membranoproliferativa;
- Glomeruloesclerose segmentar e focal;
- Glomerulonefrite pós-estreptocócica;
- Doença por lesão mínima (principal causa de síndrome nefrótica em crianças);
- Nefropatia membranosa;
- Nefropatia por IgA.
Já a síndrome nefrótica secundária é o tipo que se manifesta decorrente de condições de saúde subjacentes que afetam de forma prejudicial os rins. As principais causas desse tipo são:
- Diabetes mellitus;
- Lúpus eritematoso sistêmico;
- Hepatite B;
- Hepatite C;
- Sífilis;
- HIV;
- Amiloidose.
Sintomas da síndrome nefrótica
Sabendo que a síndrome nefrótica é um conjunto de sinais, sintomas e alterações laboratoriais provenientes da perda excessiva de proteína na urina, os principais sintomas que caracterizam essa condição são:
- Edema ou inchaço, principal manifestação clínica da síndrome nefrótica. O inchaço se inicia pelos pés e tornozelos, mas pode tomar proporções maiores, evoluindo para todo o corpo.
- Níveis sanguíneos baixos de proteínas, mais especificamente de albumina, a principal proteína do sangue.
- Colesterol elevado devido ao aumento da produção de lipoproteínas pelo fígado em resposta à baixa dos níveis de proteínas no sangue.
Além dessas alterações citadas acima, os problemas relacionados à síndrome nefrótica não param por aí. A perda de proteínas também pode provocar várias outras alterações, tais como:
- Aumento da incidência de infecções;
- Aumento da incidência de tromboses;
- Desnutrição;
- Redução do volume de água na corrente sanguínea, também conhecida como hipovolemia;
- Insuficiência renal aguda.
Tratamento para a síndrome nefrótica
Após diagnosticada a síndrome nefrótica, o médico nefrologista inicia o tratamento para controlar os sintomas e minimizar os danos causados. Assim, o médico pode prescrever medicamentos para controlar a pressão arterial, com vistas a equilibrar o volume de líquidos e sais no organismo.
Leia mais sobre hipertensão arterial, sintomas e tratamento
Também pode ser utilizado medicações imunossupressoras, para combater alguma doença imune que esteja prejudicando o bem-estar dos rins.
O tratamento também inclui uma abordagem mais pontual para evitar a perda desenfreada de proteínas, sendo necessário descobrir a causa dos problemas do sistema de filtragem renal, para assim o tratamento escolhido ser mais eficaz no controle da perda de proteínas. Muitas vezes essa investigação envolve a realização de biópsia renal.
Ademais, o médico responsável pode inserir uma dieta que inclua quantidades normais de proteínas e potássio, porém baixa em gorduras saturadas, colesterol e sódio.
Para tratar a síndrome nefrótica, é necessário focar na causa que levou ao surgimento dos sintomas. Por exemplo: quando a causa do distúrbio for uma doença tratável, o próprio tratamento dela pode eliminar a síndrome.
Em todo o caso, o diagnóstico precoce pode evitar que as manifestações da síndrome nefrótica ocasione danos irreversíveis aos rins. Por isso recomendamos que, na presença de qualquer um dos sintomas apresentados, procure o seu médico para que ele possa investigar com mais precisão as causas.
A síndrome nefrótica tem cura?
A síndrome nefrótica tem cura quando é provocada por problemas que podem ser tratados. Entretanto há casos que não tem cura, mas os sintomas podem ser aliviados com o uso de medicamentos, terapia e uma dieta adaptada para cada caso.
Há casos extremos da síndrome nefrótica, como a congênita, que o indivíduo precisará fazer diálise ou transplante de rim para alcançar a cura.
Tratar sobre um tema tão complexo como é a síndrome nefrótica requer um certo cuidado para evitar a confusão com outra síndrome, que também ataca os rins, a nefrítica.
Como vimos, a primeira preocupação foi explicar que a síndrome nefrótica não se trata de uma doença, mas sim de um conjunto de manifestações que afetam a qualidade do funcionamento dos rins.
Muitas são as causas que podem levar o indivíduo a um quadro de síndrome nefrótica, as quais podemos dividir em dois grupos: primários, que têm origem nos rins; e secundários, provenientes de outras doenças.
O principal sintoma desse distúrbio é o edema ou inchaço, que afeta principalmente os pés e tornozelos, mas que pode se estender por todo o corpo. Outros sintomas também podem ser percebidos, como é o caso da urina com espuma.
Chamamos a atenção da sociedade para a gravidade dessa síndrome, apesar dela progredir lentamente, o rastro de danos deixados por ela é muito grande. Por isso, recomendamos buscar ajuda médica assim que perceber alguns dos sintomas descritos. Na fase inicial, a síndrome nefrótica tem cura e dá para reverter os danos causados.
O Imigrantes Hospital e Maternidade possui um corpo clínico altamente capacitado e pronto para atender a comunidade catarinense. Qualquer dúvida, entre em contato conosco.