Em fevereiro, muitas pessoas passaram a tomar conhecimento sobre uma doença ainda muito desconhecida, a Síndrome de Haff, após a cantora Paulinha Abelha morrer por complicações do quadro clínico. Uma das hipóteses apresentadas para a causa-morte foi uma intoxicação causada pela ingestão de peixes ou crustáceos contaminados. A doença também é popularmente conhecida como "doença do sushi" ou "doença da urina preta".
O Imigrantes Hospital e Maternidade produziu este conteúdo para explicar para você o que é e tudo o que está relacionado com a doença. A doença da urina preta é caracterizada por fazer uma ruptura das células musculares.
Cabe salientar que mesmo que rara, a crise tem cura se o paciente for diagnosticado rapidamente para o tratamento adequado. Por isso aconselhamos que na presença de qualquer desconforto, procure por um pronto-atendimento o mais rápido possível.
Boa leitura!
O que é a Síndrome de Haff?
A síndrome de Haff pode ser definida como uma doença que consiste em rabdomiólise sem explicação. O que é rabdomiólise? É um quadro clínico em que o paciente é acometido por uma ruptura do tecido muscular esquelético, isso por sua vez desencadeia a liberação de componentes intracelulares na circulação, como proteínas sarcoplasmáticas e mioglobina que danifica o rins.
A síndrome de Haff inicia-se após a ingestão de pescado, onde o paciente passa apresentar fortes dores musculares (mialgia), estando associadas aos altos níveis de enzima CPK (creatinofosfoquinase).
Além disso, o paciente apresenta quadro de mioglobinúria que é ocasionada pela mioglobina, uma proteína muscular. É possível observar que, na liberação dessa proteína, a urina apresenta uma coloração vermelho-amarronzada, esta condição pode evoluir para o estado de insuficiência renal. Por esse motivo, a síndrome também ficou conhecida como doença da urina preta.
Origem da Síndrome de Haff
Em 1924, médicos da região litorânea de Königsberg Haff, junto à costa do Mar Báltico, diagnosticaram pela primeira vez a síndrome de Haff. Nessa época, houve um surto de uma doença que provocava uma súbita rigidez muscular, acompanhada da eliminação de urina escura.
A partir de observações feitas nas pessoas que foram acometidas pela síndrome de Haff, os médicos perceberam que em alguns pacientes o quadro era fatal; já em outros, a recuperação era rápida. Nos anos que se seguiram, casos similares foram observados em países como Suécia, Estados Unidos e Brasil, em todos eles a doença estava relacionada à ingestão de pescados.
Aqui no Brasil, o primeiro caso da síndrome de Haff foi em 2008, no estado do Amazonas, e estava associado à ingestão de pacu. Entre 2016 e 2017, mais de 100 casos foram contabilizados no estado da Bahia. Casos agudos da doença foram registrados entre 2020 e 2021, mais de 200 casos relatados nas regiões norte e nordeste. Em todos esses casos apontados, apenas 4 óbitos foram registrados.
Causas da síndrome de Haff
Desde o primeiro caso descoberto, a síndrome de Haff vem sendo objeto de discussão no meio científico. Isso porque é uma doença clínica rara que pode levar o paciente a óbito por falência múltipla de órgãos. Seu prognóstico é considerado bom quando o paciente recebe tratamento em tempo hábil.
Os pacientes acometidos por esta doença apresentam em comum o fato de terem ingerido, em menos de 24 horas, pescado. A primeira causa da síndrome de Haff seria alguma toxina presente nesses alimentos, que se desenvolve a partir do mal acondicionamento desses tipos de alimentos. Essa toxina induz a rabdomiólise e, apesar de termos indícios contundentes de sua possível origem, ainda é um mistério para a ciência qual seria essa toxina e como ela atua no desenvolvimento da doença.
Sintomas da síndrome de Haff
As pessoas acometidas pela síndrome de Haff apresentam sintomas logo nas primeiras 24 horas após a ingestão de pescado, uma característica peculiar desta doença. Os sintomas incluem:
- rigidez muscular;
- dor muscular difusa;
- falta de ar;
- dormência e perda de força no corpo;
- dor torácica; e
- urina escura.
Quando esses sintomas são percebidos, é fundamental que seja verificado se houve uma ingestão de pescado nas últimas 24 horas. Essa associação deve ser encarada como uma situação de alerta, sendo fundamental procurar um pronto-atendimento imediatamente. A procura tardia por ajuda médica pode condicionar o paciente a um quadro severo da doença que acarretará em óbito.
Diagnóstico da síndrome de Haff
Por ainda ser desconhecida, a síndrome de Haff é diagnosticada considerando uma análise minuciosa dos sintomas e do histórico do paciente. É importante que se relate as últimas 24 horas para o médico. É fundamental informar quais os tipos de alimentos ingeridos, se a urina apresenta coloração escura, etc.
Além do relato, o médico pode solicitar uma dosagem da enzima TGO (transaminase oxalacética), por meio dela é possível ver como está o funcionamento do fígado; e da CPK (creatinofosfoquinase), um tipo de enzima que atua nos músculos, quando o nível está elevado, indica alteração no tecido.
Tratamento da síndrome de Haff
A síndrome de Haff apresenta um processo de evolução acelerada, necessitando ser tratada rapidamente para evitar sua evolução e a apresentação de complicações como insuficiência renal ou falência múltipla de órgãos. Em muitos casos, o paciente precisa ser internado e submetido a hemodiálise, que consiste na substituição dos rins por uma máquina responsável pela filtração das substâncias tóxicas.
Como se prevenir da doença?
A doença da urina preta é causada, segundo as pesquisas de médicos, pela contaminação por uma toxina que se desenvolve em peixes que não são bem armazenados em temperaturas adequadas.
Então, o primeiro passo para se prevenir é verificar a qualidade do produto na hora de comprar. É essencial que o item esteja em boas condições de armazenamento e apresente características apropriadas para consumo. Além disso, é importante que todo e qualquer produto, advindo de água doce ou água salgada, seja higienizado corretamente e armazenado em temperatura adequada para evitar que desenvolva toxinas.
É importante salientar que essa toxina desenvolvida nos peixes e crustáceos não apresentam diferenciação no sabor e nem na aparência do alimento. Ficando imperceptível aos sensores do paladar e do olfato. Evidências científicas mostram que existem alguns peixes que favorecem o desenvolvimento da doença, como é o caso do arabaiana, badejo, pacu-manteiga, pirapitinga e tambaqui.
A importância do médico para um tratamento eficaz
Não negligencie sua saúde e bem-estar. É muito importante procurarmos ajuda médica quando apresentamos qualquer anormalidade em nosso organismo. Qualquer tipo de doença, para que o tratamento seja eficaz, é necessário que haja um diagnóstico prévio e rápido.
O Imigrantes Hospital e Maternidade se preocupa com o bem-estar de todos porque é a nossa missão promover meios e instrumentos adequados para levar a todos que precisem do apoio de um especialista da área da saúde.
Nosso quadro clínico é composto por renomados especialistas que atuam em diversas áreas da saúde, primando pelo bem-estar e saúde da população. Sempre que precisar, conte conosco. Qualquer dúvida, você pode falar com a gente POR AQUI.
Até a próxima!