O dia 30 de agosto é o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, uma condição que afeta 2,5 milhões de pessoas em todo o planeta, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde. Só aqui no Brasil, são cerca de 40 mil casos dessa doença.
Essa data instituída pela Lei n. 11.303/2006 tem como objetivo dar maior visibilidade à doença através de informações a respeito do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. Com vistas a trazer mais informações sobre essa doença, o Imigrantes Hospital e Maternidade fez um compilado dos principais sintomas de esclerose múltipla, como é feito o diagnóstico e o tratamento.
Confira!
O que é esclerose múltipla?
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central (SNC), mais especificamente a substância branca, causando inflamação e desmielinização (destruição da bainha de mielina de nervos do cérebro e medula espinhal).
Assim, a doença ocorre quando as células de defesa do organismo atacam e danificam os neurônios e suas conexões no cérebro e na medula espinhal, comprometendo assim as
funções do sistema nervoso central.
A esclerose múltipla afeta adultos na idade de 18 a 55 anos. Contudo, casos fora dessa faixa têm ocorrido também.
Quais são os tipos de esclerose múltipla?
A esclerose múltipla pode ser classificada em duas formas:
- Esclerose múltipla remitente-recorrente, a forma mais comum, na qual os sintomas apresentam-se na forma de surtos, um sintoma neurológico que dura alguns dias ou semanas, podendo ocorrer a recuperação total ou parcial, seguindo-se um período se remissão.
- Esclerose múltipla progressiva, o tipo que apresenta a progressão dos sintomas neurológicos que pioram gradualmente, sem intervalos ou remissões. Geralmente esta fase está associada a um longo período da doença remitente-recorrente, considerada a forma progressiva secundária. Quando a fase progressiva apresenta-se desde o início, o que é muito mais raro, é considerada como forma progressiva primária.
Sendo assim, o padrão e o curso da esclerose múltipla são categorizados em vários subtipos clínicos da seguinte forma:
- Síndrome clinicamente isolada, representando o primeiro ataque de esclerose múltipla;
- Esclerose múltipla remitente-recorrente (EM - RR), a forma mais comum, representando 85% de todos os casos no início de sua apresentação, segundo o Hospital Israelita Albert Einstein;
- Esclerose múltipla progressivo secundário (EM -SP);
- Esclerose múltipla progressivo primário (EM - PP).
Quais são os sintomas da esclerose múltipla?
Existe um problema muito sério na hora de diagnosticar a esclerose múltipla em suas fases iniciais, isso porque os sintomas inerentes à doença são bastantes sutis e podem se manifestar transitoriamente, com duração de até uma semana. Assim, o paciente não dá a devida importância aos sinais.
Para ajudar a sociedade a perceber os sintomas de esclerose múltipla e poder buscar por ajuda médica o mais rápido possível, vamos apresentar agora os sintomas, os quais dividimos por categorias. Confira:
Cognitivo/mental - problemas de memória, falta de atenção e concentração, depressão e ansiedade.
Visão - perda parcial da visão ou visão turva.
Fala/deglutição - dificuldade para falar e engolir.
Bexiga/intestino - incontinência urinária e falta de controle para defecar.
Disfunção sexual - perda de libido e sensação reduzida ao toque.
Funções sensoriais - dor que varia de leve a intensa e sensação de desconforto nos membros inferiores e superiores.
Mobilidade - fadiga, perda de controle dos membros superiores e inferiores ou problemas para se locomover.
É muito importante que ao perceber alguns desses sintomas citados, a pessoa procure por um neurologista para que ele possa avaliar e diagnosticar com mais precisão o caso, e assim indicar o melhor tratamento.
Como é feito o diagnóstico da esclerose múltipla?
Como foi pontuado anteriormente, há uma grande dificuldade na hora do médico apontar o diagnóstico da esclerose múltipla porque os sintomas aparecem e somem espontaneamente. Contudo, os médicos tomam por base a utilização dos seguintes critérios para diagnosticar a esclerose múltipla:
- Sintomas e sinais indicando doença cerebral ou da medula espinal;
- Evidência de duas ou mais lesões - ou áreas anormais no cérebro - a partir de um exame de ressonância magnética;
- Evidência contundente de doença do cérebro ou da medula espinhal em exame médico
- Dois ou mais episódios com sintomas que duram pelo menos 24 horas, e ocorrem em pelo menos um mês de intervalo;
- Nenhuma outra explicação para os sintomas.
Com a ajuda da ressonância magnética, ficou mais fácil identificar a esclerose múltipla logo no começo, podendo ser solicitado outros exames, como hematológicos e do líquido cefalorraquidiano que envolve todo o cérebro, para reforçar o diagnóstico e definir qual é o tratamento mais adequado.
Qual é o tratamento para a esclerose múltipla?
Após a confirmação do diagnóstico para esclerose múltipla, o primeiro passo a se fazer é avaliar o quadro clínico atual, ou seja, averiguar se o paciente apresenta sintomas atenuados, pois não requer tratamento.
Os tratamentos medicamentosos disponíveis para esclerose múltipla buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos, contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidade durante a vida do paciente.
Os medicamentos utilizados para o controle da esclerose múltipla são avaliados e indicados pelo neurologista a partir da avaliação do quadro e da progressão de cada paciente. Quando possível, o médico busca incluir o paciente como um participante no seu processo de escolha do tratamento, avaliando as formas de administração e realização de exame. Com essa prática, é possível perceber que o protagonismo do paciente facilita o engajamento do mesmo em seu processo de saúde.
Além do tratamento medicamentoso, o paciente é acompanhado por uma equipe multiprofissional, que tem a missão de proporcionar mais qualidade de vida, buscando minimizar o impacto da doença na rotina e favorecendo estratégias para o enfrentamento da doença.
Assim como toda e qualquer doença, a esclerose múltipla exige muito cuidado. É preciso que a pessoa, ao perceber os primeiros sintomas, procure por um médico para que juntos possam chegar a um diagnóstico adequado e se inicie o tratamento, o que proporcionará uma qualidade de vida melhor para o paciente.
Até a próxima!